19 de fevereiro de 2010

Sócrates chamou-lhe um Figo

 
Sou ingénua. Uma ingénua informada, que até teve 2 anos uma cadeira de marketing político, mas foi avisada para profissionalmente não ir por aí, que para fazê-lo à séria devia emigrar para os States ou para o Brasil (onde a coisa começava a pegar).
 
Quando a figura Sócrates apareceu, lembrei-me dos tempos ido de faculdade e das aulas apaixonantes de marketing político e pensei: Eh lá, que afinal já se vai fazendo qualquer coisa por aqui. É clara a mão de algum especialista na matéria na construção da personagem. Contra isso, nada.
Sou apartidária pelo que me é completamente indiferente de que partido é este ou aquele. Voto pelas ideias em que acredito e por comprar ou não o projecto e a pessoa que lhe dá rosto. O personagem Sócrates surgiu na altura que o País mais necessitava. Um político com pinta, com estilo, foi considerado um dos políticos mais elegantes e charmosos (parece coisa de actor de cinema, mas não... é o primeiro Ministro de Portugal).
Não digo que noutros governos a coisa não tenha sido igual. Se calhar eu é que não tinha maturidade (nem interesse absolutamente nenhum, diga-se) em ler sobre o tema, em manter-me informada.
 
Os recentes escândalos (e os não tão recentes, como o Freeport) têm-me levado a crer que podem ter escolhido a pessoa errada para o personagem. Mais ainda, têm-me levado a pensar que raio de liberdade é esta em que vivemos em que vivemos agrilhoados (muitas vezes, sem sequer darmos conta) a uma ditadura em que a informação é controlada e liberada ou castrada, de acordo com interesses superiores. E vimos já a Manuela Moura Guedes (cujo estilo não me convence) e o Mário Crespo, na mira do lápis azul.
Na semana passada foi notícia da vontade do governo em dominar e comprar um grupo de media, liderado pela PT com os seus administradores maravilha: não admira que a OPA (nada hóstil e que deu milhões a muitos... que o diga o Joe Berardo) da Sonae sobre a dita empresa, não tenha avançado. Com mão do governo pois claro. E que mão...
Hoje, acabo de ler que o Figo, o meu ídolo dos tempos de menina e moça, estará também embrulhado na teia. Porque terá recebido 250 mil euros anuais da PT (pasme-se) para apoiar a candidatura do senhor Primeiro Ministro. Pergunto-me se tinha necessidade. Até acredito que o dinheiro tenha sido para a fundação que o senhor detem. Mas vale a pena? Ser solidário e fazer o bem, desta forma obscura? A mim parece-me errado. Maiss errados ainda me parecem estes jogos em que governo e PT usam e abusam do velho ditado que diz que uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto...

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