4 de fevereiro de 2010

A minha capa



Gosto de ti. Gosto de gostar de ti. Goste que gostes de mim. Goste menos que mostres pouco o quanto gostas de mim. Gosto que me abraces. Gosto que me acolhas. Gosto que me atures. Gosto que me beijes.

E sinto que ultimamente sou eu, que sempre mostrei, que sempre te dei cabo do juízo quando te sentia mais distante, que tenho vivido noutro planeta. Da mesma galáxia. Mas ainda assim, distante de ti. Mesmo partilhando contigo um tecto, um quarto, uma cama.

E ainda assim, mesmo nos momentos em que tenho estado mais longe, em que me tenho sentido menos eu, em que me perco de mim e dos outros, do que sou, do que quero ser, sinto-te aí.

És a minha capa. Tal e qual o saco da imagem que protege o pãozito. És assim para mim! E olha que tenho mesmo precisado de capas, de sacos. Tenho levado estalada até não poder mais. Sinto a vida numa espiral sem fim. Numa montanha russa (coisa que odeio) em que os momentos de acalmia são fugazes, em que sempre que subo um poquinho, a descida é a pique e veloz. Não gosto. Não gosto de não controlar a minha vida. Não gosto de incertezas. Não gosto de meias palavras. Mas gosto de ti. Gosto de ti.

Sem comentários:

Enviar um comentário

o outro eu agradece